segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Zig, o cachorro louco

Voltando do sítio em Belizário, depois de umas boas pescadas no açude e sustos no mato, e o vovô ficava meio puto quando alguém tirava o primeiro antes dele... Era uma disputa que pra mim era engrassadíssima, mas para o velho pescador questão de honra. Voltar era muito legal, na carroceria da Pampa vendo a estrada vermelha de costas, o céu vermelho, a cara vermelha e cortada pelos cabelos na cara, o que num era vermelho fazia o que era ser mais vermelho... e o Zig, o velho perdigueiro aloprado, com suas feridas medonhas, lá vinha ele trepidando, latindo, chorando, corria feito louco, vocês vão me abandonar aqui de novo seu filhos da puta?, devia pensar, que nada, agora essas galinhas estão no papo! Mas o fato é que ele vinha feito louco, latindo e gritando, e o carro como não ia muito rápido por causa da estrada ele estava sempre a vista... comecei a ter pena, os pés dele estava vermelhos, deviam ser do barro, mas era como se sangrasse... até se perder pela estrada, no por do sol vermelhão. Sêo Hidemburgo lá na frente, nem tchum, e eu com aquela pena... é tão ruim sentir pena...