quarta-feira, 5 de agosto de 2009

cabeça de peixe, bigodões, brilho no escuro, picando fumo...


Cabeças de peixes empalhados, livros velhos empoeirados, prateleiras vivas de memórias mortas. Um dia achei lá dentro um isqueiro. Um pequeno isqueiro preto, com um peixinho de aquário dourado impresso no preto. Brilha ainda no escuro quando lhe aperta no fundo o botão tras o lumem. Vi o vovô fumando cachimbos, acendendo cigarrilhas, torrando charutões, pindurados em seus bigodões. Algo que ninguém nunca antes viu, lógico se ele num fumava. Mas eu vi. Com sua coleção de canivetes orgulhosamente nenhum suiço, tratando a corda daquele rolo preto e fedorento, chispando bem fininho para cuidadosamente enrolar na palha e pitar um amargo gosto de gente grande.

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